Juliano, 19 anos. Orfão de pai desde os dois anos. ontem foi o velório da minha mãe. Não tenho uma namorada, mas tenho ótimos amigos. Dói, dói muito. Se quando meu pai morreu nada mudou, hoje parece que sinto que toda a minha vida não poderá nunca ser igual. Não ter um pai nas minhas condições me fez ter o sentimento da falta de algo e não da perda. Com ela sinto a perda. E todos nos que já sofremos disso - que nenhum eufemismo consegue suavizar - sabemos que não há palavras que possam realmente descrever como nos sentimos.
Ainda não sei bem ao certo para quem escrevo; se as pessoas se interessam por minha historia, por meus sentimentos, por minhas lutas e minhas agonias. Resolvi escrever. Dizem que escrever nos liberta, talvez. Ou talvez elas nos aprisione a um mundo novo em que as palavras escritas ditem um regra. Suposições. Dentro dessa dor toda, me alegra apenas as lembranças da minha mãe.
Tao perto do dia das mães como pode D'us tirar a minha de mim? Mesmo que a culpa não seja dEle, ou apenas dEle, essa é a única figura que conheço para reclamar. Maldito seja o consumo; as propagandas sem fim sobre as mães e seu dia próximo. E nos sem mães, como ficamos? Para alegria delas sofremos. Aproveitem-nas e não pensem no nosso sofrimento. Infelizmente esse personagem que visto será agasalho da maioria dos filhos. O recado que talvez eu poderia dar é que nenhum dinheiro pode representar o amor Tao bem quanto o verdadeiro amor. Claro que se você puder pagar algo, pague, vale a pena. Isso apenas não é o principal.
Tanto já dito, penso que seja a hora de enviar logo isso. Talvez sua caixa de entrada receba novos emails meus, ou nao. Por enquanto agradeco apenas por ter chego ate aqui no que escrevo.
Adeus!