sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fw.: Juliano

Juliano, 19 anos. Orfão de pai desde os dois anos. ontem foi o velório da minha mãe. Não tenho uma namorada, mas tenho ótimos amigos. Dói, dói muito. Se quando meu pai morreu nada mudou, hoje parece que sinto que toda a minha vida não poderá nunca ser igual. Não ter um pai nas minhas condições me fez ter o sentimento da falta de algo e não da perda. Com ela sinto a perda. E todos nos que já sofremos disso - que nenhum eufemismo consegue suavizar - sabemos que não palavras que possam realmente descrever como nos sentimos.


Ainda não sei bem ao certo para quem escrevo; se as pessoas se interessam por minha historia, por meus sentimentos, por minhas lutas e minhas agonias. Resolvi escrever. Dizem que escrever nos liberta, talvez. Ou talvez elas nos aprisione a um mundo novo em que as palavras escritas ditem um regra. Suposições. Dentro dessa dor toda, me alegra apenas as lembranças da minha mãe.


Tao perto do dia das mães como pode D'us tirar a minha de mim? Mesmo que a culpa não seja dEle, ou apenas dEle, essa é a única figura que conheço para reclamar. Maldito seja o consumo; as propagandas sem fim sobre as mães e seu dia próximo. E nos sem mães, como ficamos? Para alegria delas sofremos. Aproveitem-nas e não pensem no nosso sofrimento. Infelizmente esse personagem que visto será agasalho da maioria dos filhos. O recado que talvez eu poderia dar é que nenhum dinheiro pode representar o amor Tao bem quanto o verdadeiro amor. Claro que se você puder pagar algo, pague, vale a pena. Isso apenas não é o principal.


Tanto já dito, penso que seja a hora de enviar logo isso. Talvez sua caixa de entrada receba novos emails meus, ou nao. Por enquanto agradeco apenas por ter chego ate aqui no que escrevo.


Adeus!

Sobre a saudade

Saudade é
um quarto vazio,
cheio;
é um quarto cheio,
vazio

domingo, 17 de abril de 2011

De que valem

de que valem
rosas
que não tem perfume;
pedras
que não tem brilho;
aves
que não tem canto;

de que valem
pessoas
que não tem consciência

sexta-feira, 15 de abril de 2011

E agora José? 2.0

E agora, José?
A festa esfriou,
a luz voltou,
o povo partiu,
a noite acabou,
e agora, José?
e agora, nós?
Você que é sem nome,
já não zoa os outros,
não ama, nem protesta,
e agora, José?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Motivo

Por que acredito que quando há um motivo tenho autorização para errar? Se me xingam, posso xingar também; se batem no meu carro, posso bater em você; se você me trata mal, posso humilhar você. Nenhum motivo é capaz de justificar a bestialidade.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Vazio

Vazio:
quase sempre
sinto-me dessa
forma. E mesmo q'eu
tenha tudo o que todos
gostariam, eu sou ôco
Afinal o ouro não
sorri, nem o sexo
sempre me basta.
Assim sou:
vazio